Trans Cavalinho | Nós produzimos | transporte de químicos

A transportadora que dá 99 voltas pelo planeta Terra por mês

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Vacaria é entrecortada por duas rodovias federais: a BR116 e a BR285. É, também, a porta de entrada do Rio Grande do Sul para quem chega de outros estados do Brasil. Por isso, não é de surpreender que transportadoras tenham nascido aqui. O que pouca gente sabe é que a cidade comporta uma das maiores transportadoras de cargas químicas do país: a Trans Cavalinho.

A Cavalinho, como é popularmente conhecida, faz parte da vida diária dos vacarienses, e não é exagero afirmar que de todos os brasileiros também.

TRANSPORTANDO MATÉRIAS-PRIMAS DERIVADAS DO PETRÓLEO

A empresa transporta, dos polos petroquímicos à indústria química, as matérias-primas que serão transformadas em outras matérias-primas, que, por sua vez, serão convertidas em inúmeros bens de consumo como creme dental, xampu, sabonete, esmalte, tintas, pneus, entre componentes automobilísticos, colchão, tecidos, móveis, para citar apenas alguns. Matérias-primas que vão gerar medicamentos e que serão aplicadas no tratamento da água e do esgoto.

A Cavalinho é a líder em um segmento altamente especializado, complexo e regulamentado: o transporte de cargas químicas e petroquímicas líquidas a granel. A especialização nesse segmento foi uma escolha estratégica: “Nós procuramos esse mercado porque ele paga melhor para quem investe em saúde e segurança. Transportar produtos químicos é uma tremenda responsabilidade, imagina químicos perigosos”, destaca Paulo Ossani, CEO da empresa.

Paulo Ossani, diretor da empresa que foi fundada pelo seu pai, Ivanor Ossani. Foto: Giana Pontalti

PÉS EM VACARIA, ATUAÇÃO EM TODO O BRASIL

A sede da Cavalinho fica em Vacaria. Ela nasceu aqui e é uma empresa familiar. Possui filiais, no entanto, próximas aos polos petroquímicos e está presente em seis estados brasileiros e, também, na Argentina.

“Estamos onde a indústria química está. Grande parte dela está em São Paulo, no polo de Paulínia e no de Cubatão. Também está na Bahia, em Camaçari, no Rio Grande do Sul, em Triunfo, em Santa Catarina e Paraná. Cada segmento químico está em uma região. Para dar um exemplo, a cola que vai no meio da madeira do compensado é fenol. Fenol é feito pela Rodhia, e é só a Cavalinho transporta o fenol no Brasil há 20 anos. Grande parte dele segue para a indústria no Paraná”, explica Ossani.

EQUIPE QUALIFICADA

Conduzir caminhões carregados de produtos tão complexos e perigosos requer cuidado redobrado. Por isso, há 16 anos a empresa idealizou um centro de treinamento de condutores, o Centronor, que capacita e atualiza motoristas de todo o país.

“Mais importante que o tamanho da Cavalinho, ou os seus números expressivos, é nossa preocupação com a saúde e segurança dos colaboradores. Nós tiramos o profissional de cima do caminhão quando identificamos qualquer problema de saúde com ele. Temos uma política fortíssima de prevenção ao álcool, fazemos uso do bafômetro em dias aleatórios. Somos rígidos no controle de horário, respeitamos a janela de trabalho. A saúde e a segurança, e o cuidado ambiental aqui não ficam no discurso, são a prática”, salienta o gestor.

O alerta que Paulo faz é fundamental, pois o transporte profissional no Brasil ainda é precário. “Quase todas as empresas nasceram da mesma história: um patriarca dirigindo um caminhão, depois dois ou três, até virar uma transportadora. E esse pessoal não foi preparado para isso, não tem banco escolar que forma motorista de caminhão, que forma o executivo. É um mundo viciado em que o motorista não tem horário para começar, não respeita o limite de velocidade, em que não há seriedade com a saúde, a segurança e o meio ambiente. Não são todos, está melhorando, mas ainda é uma realidade em 80% do transporte”, denuncia.

A empresa possui uma frota de 600 cavalinhos e 700 carretas. Foto: Giana Pontalti

EXPLORANDO MERCADOS

A Cavalinho também transporta o refrigerante mais apreciado pelos brasileiros: a Coca-Cola. “Temos cem caminhões transportando coca-cola diariamente, de Belo Horizonte, em Minas Gerais, e de Jundiaí, São Paulo, até as distribuidoras”, comenta.

A empresa também atua no transporte do chorume produzido na cidade do Rio de Janeiro. “Levamos o chorume, que é ácido, dos aterros sanitários até as estações de tratamento”, reforça. São outras cem carretas destinadas a esse transporte.

99 VOLTAS PELO PLANETA POR MÊS

Falar de Cavalinho é falar de uma gigante, que emprega 1.200 pessoas em todo o país, e possui uma frota de 600 “cavalinhos” e 700 carretas. São 13 mil embarques mensais. “São 12 mil pneus rodando e 4 milhões de quilômetros percorridos mensalmente”, afirma Paulo. Se levarmos em consideração a circunferência equatorial da Terra, podemos dizer que a Cavalinho dá 99 voltas no planeta todo mês.

por Giana Pontalti | outubro de 2019.

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